terça-feira, dezembro 19

As férias tão próximas...

Nem quero acreditar que daqui a apenas 3 dias vou iniciar um período de 10 dias de férias. É bom demais para acreditar!!! Finalmente um tempinho para descansar desta rotina agitada. Quando andava na escola, onde o tempo passava mais devagar, tinha tempo para apreciar todos os espaços de forma mais detalhada e descontraída. Se fosse a caminho da escola, apanhava a camioneta e depois o metro e pelo percurso andava serenamente a observar as pessoas, a sentir os solavancos provocados pelo motorista, a observar as mudanças da chegada ao Outono, a sentir o frio que se fazia, a recostar-me e a sentir as minhas costas no banco… Depois já na escola, era procurar a sala de aula e observar as caras conhecidas dos meus colegas, ir pôr a mochila ao lugar, estar um pouco na conversa sentados em cima das mesas e depois uma correria quando alguém anunciava a chegada da professora…
Depois, era aquela atitude passiva de ouvir a professora a debitar matéria, ir escrevendo os apontamentos que achássemos interessantes, ir rabiscando uns desenhos, ir trocando dois dedos de conversa com os colegas de turma e passada a manhã estávamos no almoço… Nessa altura, quando ainda estava no colégio, tínhamos o hábito de ir almoçar pouco antes de terminar a hora de almoço, evitando desta forma a fila que inicialmente era monstruosa, assumindo depois as freiras a faceta monstruosa chateando-nos a dizer que já estavam a fechar o refeitório e que tínhamos de passar a vir mais cedo. Foram 6 anos a dizer que amanhã é que era, e foram 6 anos a fazer o mesmo esquema. Muito bom.

Depois era iniciar a tarde, com as salas bem iluminadas, o Sol a passar entre os estores… Sempre fui daqueles que adorava o Sol a passar entre os estores, mas havia sempre alguém que se sentia incomodado com tanta luminosidade. Ainda hoje, provavelmente pelo facto de estar sempre num open space sem luz natural, e não contactar com ela nos meus dias, quando vou de manhã a subir a Calçada de Carriche não ponho a pala para baixo quando o Sol me encandeia os olhos, porque claramente prefiro ir mais devagar e ter mais dificuldade a conduzir a perder aqueles 2 minutos de vitamina E.

O que o entardecer nos reservava era o caminho inverso ao da manhã… a não ser que houvesse as tão desejadas reuniões de pais. Quando haviam, ficávamos no colégio até mais tarde e estava criada a atmosfera necessária para umas conversas mais soltas, onde as expressões das caras à nossa volta não vão muito além de silhuetas, onde ruborizar não era visível e onde os risos saem mais sonoros sem o ruído dos dias…

As férias representam para mim um regresso a tudo isso, a um nível de stress mais aceitável, a uma cabeça mais limpa, a um corpo menos pesado e rígido...

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