quinta-feira, abril 19

Opções gastronómicas

Sempre que almoço para os lados do Saldanha, costumo optar por um de dois restaurantes: 1) Antigo Cup & Cino e actual Vá-se-lá-saber-o-quê e 2) Não-me-lembro-do-nome-agora e fica no inicio da Rua Actor Taborda (também muito conhecida por rua do Cinebolso), logo no início da rua à direita de que quem vem a descer a Casal Ribeiro.

Depois desta introdução geográfica, vou-vos tentar explicar as qualidades e defeitos de um e outro. Eu diria que eles são antagónicos, e posso adiantar que nuns dias apetece-me ir a um e noutros dias a outro.

O Cup & Cino, no que se refere ao menu, dá-nos a basicamente um oferta na área da junk food. Tendo em conta o regime anti-colesterol que tenho andado a seguir, o menu que peço sempre poderia eventualmente chamar-se menu verde, porque peço uma lasanha verde, acompanhada de um chá verde, e por fim, um café castanho.

No que se refere ao serviço, temos empregados geralmente solícitos, que nos trazem a comida com alguma destreza, desde que não estejam na hora de mudança de turno. Numa dada ocasião houve um empregado que decidiu que não me podia servir porque o turno dele estava mesmo a chegar ao fim, pelo que tive de esperar que um novo empregado entrasse ao serviço.

Quanto ao espaço, temos decoração diversificada, moderna, jornais para ler, muita luminosidade e pessoas jovens e descontraídas.

No que se refere ao Não-me-lembro-do-nome-agora, estamos na presença de um restaurante onde de come uma comida muito variada, sempre com pratos do dia diferentes. Eu peço sempre bifes de peru grelhados acompanhados de arroz, que é um prato delicioso e farto. Bastante diferente do mini-prato do Cup & Cino, onde após duas garfadas já temos o prato a meio.

O serviço é muito peculiar. Temos um único empregado, que é o dono do restaurante, e com o qual simpatizo bastante. Tem os seus 50 e muitos anos, e anda de um lado para o outro a servir as suas 20 mesas. Sempre que vou lá já sei que nem vale a pena pedir a conta. Dirijo-me directamente ao balcão e rezo para não demorar mais de 10 minutos para que ele tenha disponibilidade de me dar o troco de volta.

Na cozinha está a mulher dele, e os pedidos dos clientes são disparados para a cozinha pelo dono do restaurante.

O espaço é de uma pobreza franciscana, completamente desactualizado e em estado avançado de deterioração. Mas o dono do restaurante tem uma forma bastante pragmática de o pôr como “novo”.
A título de exemplo, o balcão tem aquelas típicas filas de cadeiras associados e amovíveis, onde noutros tempos deveriam comem algumas pessoas ao balcão. Hoje em dia já ninguém se senta por lá, pelo que os estofos já estão rasgados e num ou noutro caso já não consta a cadeira. Apenas o tubo de metal a que estava soldada.
O dono do restaurante, com medo que alguém se ferisse naquele tubo de ferro afiado, e recorrendo ao seu pragmatismo extraordinário, resolveu partir duas garrafas de plástico pela metade e pô-las invertidas em cada um dos canos, para ninguém se poder magoar. Ganha-se em segurança, perde-se em estética. Este segundo conceito de estética é quase de certeza uma palavra a que o dono do restaurante se vai dedicar numa outra passagem pela Terra, porque me parece que hoje em dia ele não se preocupa muito com isso.

Voltando à descrição do espaço, posso dizer-vos que no Inverno faz imenso frio (porque não há aquecimento) e no Verão faz imenso calor (porque não há ar condicionado).
É bastante escuro e sombrio, e o mobiliário é já muito antigo. Os menus são escritos todos os dias à mão e vêm dentro de umas cartas de menu oferecidas pela Coca-cola. Mais uma vez o senhor pensou? Porque é que eu hei-de ter uns menus todos bonitos com o nome do restaurante e tal, se posso aproveitar os que a Coca-cola me oferece? Pragmatismo é a palavra de ordem neste restaurante.

No que se refere aos visitantes do espaço, são maioritariamente pessoal de escritórios das redondezas.

O que me leva a vir a este espaço de vez em quando ainda não percebi muito bem o que é… Pelo preço não é de certeza, porque é semelhante ao do Cup & Cino… Acho que é mesmo simpatia pela singularidade do espaço e do dono do restaurante e pelo ambiente kitsch …

quinta-feira, abril 12

Mistério por desvendar!


Será que hoje foi o 1º dia do resto da minha vida, que o Sérgio Godinho tanto anuncia?
A responder brevemente...