terça-feira, janeiro 12

Fúria Divina

O regresso aos blogs após as festas de fim de natal e de fim de ano é sempre mais demorado. Mas mais cedo ao mais tarde ele acontece. Estive neste período de férias a ler um livro. Estava a comprar o presente de Natal para a minha irmã e no top da Bertrand estava o Fúria Divina, do José Rodrigues dos Santos. E esse livro, comprei-o para mim. Já andava a constatar há algum tempo que este autor estava a ter um grande sucesso de vendas, com várias obras publicadas. E se um best seller até pode ser fácil de atingir, vários best sellers já me parece mais difícil. E portanto, resolvi ser mais um a manter por mais algum tempo o Fúria Divina no top de vendas em Portugal. Da leitura que fiz, parece-me uma boa imitação do Dan Brown, o autor de - entre muitos outros – o Código da Vinci. Escreve duas histórias paralelas que vão sendo alternadas entre cada capítulo do livro, até que se cruzam no final. Escrever mensagens com sangue próprio por parte de umas personagens que se esvaía em sangue é também algo muito igual ao Dan Brown. Mas postas de parte as críticas, adorei o livro. A maior parte dele, apesar de ficcionado, tem informações completamente verídicas sobre a vertente radical do islão e da própria Al-Qaeda. E deixou-me verdadeiramente perturbado. Cada vez que agora vejo notícias sobre atentados da Al-Qaeda na televisão ou nos jornais, consigo compreender muito melhor todo o processo de actuação deles e todo o conteúdo das suas mensagens – já traduzidas para português ou inglês, como é óbvio. Uma parte do livro é gasta a descrever a história de vida de um muçulmano desde criança até se tornar num adulto pronto a cumprir a vontade de Alá e a fazer a jihad. E consegui identificar-me perfeitamente com os sentimentos dele, que são transversais a todas as pessoas. Consigo imaginar-me como se fosse ele naquele percurso que teve, tendo em conta as suas circunstâncias e a sua procura pela perfeição. No fundo, ele levou uma vida exemplar à luz do meio por onde cresceu e se formou. Com este livro deixei de sentir apenas pena e compreensão pela vertente mais radical do islamismo. Fiquei seriamente preocupado com o rumo que as acções da Al-Qaeda podem vir a tomar. Ao contrário dos ocidentais, que toleram a existência de outras religiões ou a decisão pelo ateísmo, a vertente mais radical do Islão não pretende descansar até que todos os seres humanos estejam convertidos ao Islão e cumpram as palavras de Alá e do seu profeta Maomé. Aconselho vivamente a leitura do livro, que nos dá um precioso ensinamento sobre o contexto actual do terrorismo islâmico. Boa leitura!

Sem comentários: