segunda-feira, dezembro 14

Descanso merecido!

Aconselho aos mais sensíveis leitores do meu blog a não lerem este post. Trata-se de um desabafo muito politicamente incorrecto que pode abalar os sentimentos das pessoas mais sensíveis. O tema é crianças insubordinadas. Ou apenas crianças nos seus dias mais difíceis. Basicamente, ao longo da minha ainda reduzida existência, dou por mim com acessos de irritação e nervosismo na presença de crianças em situações muito particulares. Basicamente em momentos em que quero relaxar e as crianças me impedem de o fazer. E esses momentos são as férias, os jantares num restaurante, os pequenos-almoços em hotéis ou simplesmente uma imperial numa esplanada. Ainda este fim-de-semana, estava a tomar o pequeno-almoço num hotel em Sintra e fui massacrado com gritos, choros e birras de crianças. Acabado de acordar, e pronto a iniciar mais um dia de prazer, cheguei à zona do pequeno-almoço. Servi-me, iniciei o repasto e começou a entrar no ouvido os acordes agudos das crianças presentes. O que pela manhã, é extremamente desagradável. E até conversei sobre o tema com a minha companhia da manhã. Porque razão é que eu enquanto fumador tenho que me deslocar para fora do hotel para poder fumar, e aquelas crianças podem estar a berrar ao meu ouvido logo pela manhã? Porque é que os pais com crianças não são obrigados a ir para uma sala especial insonorizada para deixar descansar as restantes pessoas que só querem tomar o pequeno-almoço descansado? Da mesma forma que numa explanada, num momento de descontracção, temos de apanhar com crianças aos berros a escolherem os seus gelados e a irritarem as restantes pessoas que só querem descansar. Fala-se muito de que é uma questão de educação que se dá às crianças; mas acredito que mesmo os melhores educadores não conseguem controlar todas as birras que elas fazem. Na minha opinião, os pais com crianças pequenas têm que perceber que as crianças até determinada idade não tem capacidade de se comportar e por isso devia evitar lugares onde potencialmente vão perturbar os demais utilizadores dos locais que estão a frequentar. E sei que muitos pais têm a sensatez de o fazer. É um a questão de bom senso. E esse bom senso não passa pelas crianças. Passa pelos pais.

2 comentários:

Soraia disse...

Há, com certeza, muita coisa que muda quando somos pais. E há também, com certeza, muita coisa que passamos a compreender e a aceitar. Os pais com crianças que fazem birras (é inevitável, todas as fazem mesmo as mais educadinhas, em alguma altura e têm preferência por locais públicos)também são pais normais, que gostam de ir a restaurantes e de desfrutar de uma boa refeição com calma e prazer.Os pais com crianças que fazem birras, também se sentem mal por incomodar os restantes, e por vezes até se retiram, mas gostam muito de receber um discreto olhar de compreensão por parte de outros pais. Os pais com crianças que fazem birras, gostariam de sentir que não têm obrigatoriamente de se alojar em Clubes Med, nem ir somente a Macdonnald's, só porque são pais.Amanhã, quando fores pai, voltaremos a falar... :)

Hyaat disse...

Hey :) Greetings from Lisbon to Mozambique! Já sabia que este tema ia levantar alguma celeuma. E uma supermamã como tu, babada até ao mais último grau e ainda por cima com uma doçura tão bem disposta para tomar conta, poderias não achar este post o mais adequado do Mundo. Mas mantenho aquilo que escrevi. Posso é aprofundar um pouco mais o tema e apresentar algumas ressalvas. Antes de mais, estou mortinho por te rever e por conhecer a tua filhota! Eu até gosto de crianças :) Quanto ao tema, acho que a grande questão está em deixar descansar quem quer descansar. Acho que isso deve ser respeitado. E compreendo que os pais com crianças pequenas queiram continuar a manter as rotinas que mantinham e a continuar a frequentar os sitios que já frequentavam. E poder partilhá-los com toda a (nova) família. O que está aqui em questão é que muitos desses locais são bons essencialmente porque se pode descansar neles. E trazer uma criança para esses locais provavelmente vai perturbar a tranquilidade que lhe é característica. Vejo aqui duas questões. A primeira é que na minha opinião uma criança até aos 2/3 anos dificilmente notará grande diferença entre estar sentada num restaurante ou na mesa da sala de jantar de casa. Ou numa esplanada de cortar a respiração ou num café mais citadino e mais "barulhento". Se pensarmos sob esse ponto de vista, um casal que leve uma criança a esse local está em boa verdade a pensar na comodidade deles e não no respeito pelo comodidade dos restantes presentes. Existe sempre a oportunidade de irem sozinhos, deixando as crianças com os avós ou com amigos.
O segundo tema que gostava de ressalvar é que ao contrário maioria dos pais (que tentam controlar e minimizar o impacto do ruido e da agitação das crianças nas restantes pessoas) há pais que acham que as crianças são para controlar pela "população", e deixam-nas soltas prontas para irem "chatear" toda a gente que está à volta. No pequeno almoço do hotel onde eu estive, havia uma família com 3 crianças que basicamente tinha montado um parque de diversões numa das mesas, onde as crianças estavam selvaticamente a brincar, arremessando todo o tipo de objectos para todo o lado, para logo a seguir seguirem em correria de um lado para o outro para apanharem os objectos de brincadeira. E os pais, alegremente, continuavam a tomar o seu pequeno almoço indiferentes a tudo. Como se tudo fosse permitido. Enfim, eu não teria escrito este post se não existissem em algum número este "tipo de pais", que conseguem transformar um local de lazer num local de esquizofrenia. E ficando por aqui, continuo a achar que os pais devem fazer um esforço por seleccionar cuidadosamente os locais para onde levam as suas crianças (nos seus primeiros anos de vida) de forma a preservar a tranquilidade das restantes pessoas. E se um dia for pai, tenho a certeza que vou ter isto em conta.