segunda-feira, maio 4

Diz-me como falas, que eu digo-te com quem andas.

A comunicação é a forma possível de conhecermos alguém. Isto numa lógica de estabelecer um grupo de amigos [e não numa lógica de uma one night stand, que isso geralmente, não obriga a grandes verborreias verbais].
E porque a comunicação é essencial, existem conversas que só podem ser tidas com alguém que domina a nossa linguagem. E isso, por último, define as nossas amizades.
Existem os chamados tiques de linguagem que ajudam a aproximar os grupos sociais, e que servem quase como um distintivo diferenciador de outros grupos, onde populam expressões como “imeeeenso”, “horrível” e outras que tais. Mas estas em particular, não são aquelas que eu queria falar.
O que eu quero falar é dos grupos que são possíveis de estabelecer pela simples razão de que cada indivíduo tem um maior ou menor número de palavras e expressões que conhece. E isso é muito variável. Sem qualquer tipo de intenção de generalizar, os jogadores de futebol, de uma forma geral, têm um dicionário bastante reduzido, e as frases costumam ser muito pouco elaboradas. Do género – “Comigo ou sem-migo, o Porto vai ser campeão”. E a falta de palavras leva inevitavelmente a raciocínios menos elaborados, porque os conceitos que estão associados às palavras pura e simplesmente não existem. E desta forma, fica condicionada à partida todo um espectro de pensamento que pessoas com um dicionário mas alargado podem ter.

E o mais curioso desta evidência, é que quanto mais alargado é o dicionário de cada pessoa, maior é o grupo de amigos que pode estabelecer. É sempre possível baixar a fasquia para que os demais percebam aquilo que quer expressar.
O inverso é que pode já não ser verdade, ou seja, uma pessoa com um dicionário mais reduzido dificilmente compreenderá muitas das conversas que são tidas entre pessoas com um dicionário mais alargado.

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