terça-feira, junho 30

Angola, o funil de África

Já se ouvia em conversas de café há muito tempo que para iniciar projectos empresariais em Angola era preciso o apoio do presidente José Eduardo dos Santos ou familiares próximos. E é o que tem acontecido sempre que as empresas portuguesas tentam entrar no mercado angolano. Mas se dantes a coisa era relativamente abafada e escondida, agora é tudo feito às claras. É notícia diária de jornais.
Aqui podem ver no portal das empresas do Governo de Angola as ligações da filha de José Eduardo dos Santos às empresas portuguesas.
A mim o que me perturba não é a iniciativa empresarial da família Santos, mas apenas a sua “capacidade” de entrar no capital de qualquer empresa portuguesa que queira investir em Angola. Faz-me lembrar com demasiada semelhança as máfias que existiam em Nova Iorque e as máfias que ainda existem em Itália, há pouco tempo retratadas em filme. Acho verdadeiramente terceiro mundista que esta situação não seja comentada na nossa comunicação social. Porque se está na moda uma empresa ambientalmente responsável (que é agora a nova moda nas empresas) acho que não deveria ter passado de moda a responsabilidade social que qualquer empresa deve ter para com o povo angolano.

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