quinta-feira, maio 21
terça-feira, maio 19
Escrever em bom português!
Hoje ficou mais uma dúvida esclarecida relativamente à língua portuguesa. Por vezes faço um pouco de escrutínio às minhas próprias expressões para avaliar se são correctas. Estava na conversa e saiu-me qualquer coisa como: “A culpa não é de ninguém”. Ao que se seguia a minha dúvida: se a culpa não é de ninguém, então é porque naturalmente deveria ser de alguém. Estava perante um caso de negação da negação, como na matemática, em que dois sinais negativos produziriam um resultado positivo. Mas a língua portuguesa é bastante mais rebuscada do que a matemática (ainda que boa parte dos portugueses ache o contrário sem que eu perceba porquê…).
Estabelecida a dúvida, estava na altura de a googlar, e o resultado está transcrito abaixo:
[Pergunta Resposta]
Dupla negativa, mais uma vez
[Pergunta] Tenho uma expressão curiosa que me tem afligido durante uns tempos e que é repetida vezes sem conta por todo o lado. Por exemplo, tenham em atenção as seguintes expressões:
«Não vem nenhum...»
«Não há nada...»
«Não fiz nada...»
Ora, estas expressões, tão vulgarizadas, querem dizer exactamente o oposto para o qual são usadas!
Ou seja, são negações de negações:
«Não vem nenhum» = dizer que vêm todos!
«Não há nada» = que existe tudo!
«Não fiz nada» = que fiz tudo!
As expressões correctas deveriam ser, por exemplo:
«Não vem algum» ou «Não fiz algum» ou «Não fiz tudo».
O que têm para me dizer acerca disto?
Muito obrigado pela vossa atenção!
Ricardo Pereira :: :: Lisboa, Portugal
[Resposta]
Em textos antigos em língua portuguesa, vemos que as duplas negativas eram muito frequ[ü]entes. A segunda negativa servia como reforço da primeira.
A(c)tualmente, em certas ocorrências, a repetição de negativas está fora de uso, mas em outras ocorrências a dupla negação mantém-se.
Quando o advérbio não surge em primeiro lugar, podem surgir pronomes indefinidos com sentido negativo em segundo lugar. Exemplos: «Não vejo nada», «Amigos, não vi nenhum», «Não quero cá ninguém», etc.
Se o pronome indefinido com sentido negativo surgir no início da frase, não se usa o advérbio não. Exemplos: «Ninguém te viu», «Nada me interessa», «Nenhum (erro) te escapa», etc.
A. Tavares Louro :: 03/07/2007
Estabelecida a dúvida, estava na altura de a googlar, e o resultado está transcrito abaixo:
[Pergunta Resposta]
Dupla negativa, mais uma vez
[Pergunta] Tenho uma expressão curiosa que me tem afligido durante uns tempos e que é repetida vezes sem conta por todo o lado. Por exemplo, tenham em atenção as seguintes expressões:
«Não vem nenhum...»
«Não há nada...»
«Não fiz nada...»
Ora, estas expressões, tão vulgarizadas, querem dizer exactamente o oposto para o qual são usadas!
Ou seja, são negações de negações:
«Não vem nenhum» = dizer que vêm todos!
«Não há nada» = que existe tudo!
«Não fiz nada» = que fiz tudo!
As expressões correctas deveriam ser, por exemplo:
«Não vem algum» ou «Não fiz algum» ou «Não fiz tudo».
O que têm para me dizer acerca disto?
Muito obrigado pela vossa atenção!
Ricardo Pereira :: :: Lisboa, Portugal
[Resposta]
Em textos antigos em língua portuguesa, vemos que as duplas negativas eram muito frequ[ü]entes. A segunda negativa servia como reforço da primeira.
A(c)tualmente, em certas ocorrências, a repetição de negativas está fora de uso, mas em outras ocorrências a dupla negação mantém-se.
Quando o advérbio não surge em primeiro lugar, podem surgir pronomes indefinidos com sentido negativo em segundo lugar. Exemplos: «Não vejo nada», «Amigos, não vi nenhum», «Não quero cá ninguém», etc.
Se o pronome indefinido com sentido negativo surgir no início da frase, não se usa o advérbio não. Exemplos: «Ninguém te viu», «Nada me interessa», «Nenhum (erro) te escapa», etc.
A. Tavares Louro :: 03/07/2007
quinta-feira, maio 14
Preciso mesmo de parar de trabalhar!
Chego à conclusão que estou mesmo a precisar de férias. Estou frito que nem uma batata frita, lento como uma lesma, sonolento como o preguiça… E mais analogias ficam por fazer, mas devido ao fenómeno lesma não me vou conseguir adiantar!
quarta-feira, maio 13
Espero ir ao engano...
aa
A vida tem destas coisas. Estava eu há já bastante tempo de férias marcadas para a Riviera Maya no México, quando aparece a famosa gripe suína e a viagem tem de ser cancelada. A agência sugere entretanto a República Dominicana e alguns de nós já lá tínhamos estado. E então a alternativa encontrada foi Varadero, em Cuba. Quem me conhece sabe que eu tenho exactamente 2 destinos de férias com os quais embirro em particular: o Brasil e Cuba. Exactamente... Cuba. Mas com expectativas tão baixas que tenho em relação ao destino, pode ser que venha surpreendido…
terça-feira, maio 5
Já sou um potencial dador de medula óssea
Pois é, hoje veio uma equipa ao meu emprego para saber se alguém estava interessado em ser dador de medula óssea. Eu e mais alguns colegas fomos fazer uma rápida recolha de sangue e a partir de agora temos a grande vantagem de um dia poder salvar a vida a alguém! Pode haver sensação melhor?!? Mais informações em: http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/informacoes+uteis/doacao+de+orgaos+e+transplantes/medulaossea.htm
segunda-feira, maio 4
Diz-me como falas, que eu digo-te com quem andas.
A comunicação é a forma possível de conhecermos alguém. Isto numa lógica de estabelecer um grupo de amigos [e não numa lógica de uma one night stand, que isso geralmente, não obriga a grandes verborreias verbais].
E porque a comunicação é essencial, existem conversas que só podem ser tidas com alguém que domina a nossa linguagem. E isso, por último, define as nossas amizades.
Existem os chamados tiques de linguagem que ajudam a aproximar os grupos sociais, e que servem quase como um distintivo diferenciador de outros grupos, onde populam expressões como “imeeeenso”, “horrível” e outras que tais. Mas estas em particular, não são aquelas que eu queria falar.
O que eu quero falar é dos grupos que são possíveis de estabelecer pela simples razão de que cada indivíduo tem um maior ou menor número de palavras e expressões que conhece. E isso é muito variável. Sem qualquer tipo de intenção de generalizar, os jogadores de futebol, de uma forma geral, têm um dicionário bastante reduzido, e as frases costumam ser muito pouco elaboradas. Do género – “Comigo ou sem-migo, o Porto vai ser campeão”. E a falta de palavras leva inevitavelmente a raciocínios menos elaborados, porque os conceitos que estão associados às palavras pura e simplesmente não existem. E desta forma, fica condicionada à partida todo um espectro de pensamento que pessoas com um dicionário mas alargado podem ter.
E o mais curioso desta evidência, é que quanto mais alargado é o dicionário de cada pessoa, maior é o grupo de amigos que pode estabelecer. É sempre possível baixar a fasquia para que os demais percebam aquilo que quer expressar.
O inverso é que pode já não ser verdade, ou seja, uma pessoa com um dicionário mais reduzido dificilmente compreenderá muitas das conversas que são tidas entre pessoas com um dicionário mais alargado.
E porque a comunicação é essencial, existem conversas que só podem ser tidas com alguém que domina a nossa linguagem. E isso, por último, define as nossas amizades.
Existem os chamados tiques de linguagem que ajudam a aproximar os grupos sociais, e que servem quase como um distintivo diferenciador de outros grupos, onde populam expressões como “imeeeenso”, “horrível” e outras que tais. Mas estas em particular, não são aquelas que eu queria falar.
O que eu quero falar é dos grupos que são possíveis de estabelecer pela simples razão de que cada indivíduo tem um maior ou menor número de palavras e expressões que conhece. E isso é muito variável. Sem qualquer tipo de intenção de generalizar, os jogadores de futebol, de uma forma geral, têm um dicionário bastante reduzido, e as frases costumam ser muito pouco elaboradas. Do género – “Comigo ou sem-migo, o Porto vai ser campeão”. E a falta de palavras leva inevitavelmente a raciocínios menos elaborados, porque os conceitos que estão associados às palavras pura e simplesmente não existem. E desta forma, fica condicionada à partida todo um espectro de pensamento que pessoas com um dicionário mas alargado podem ter.
E o mais curioso desta evidência, é que quanto mais alargado é o dicionário de cada pessoa, maior é o grupo de amigos que pode estabelecer. É sempre possível baixar a fasquia para que os demais percebam aquilo que quer expressar.
O inverso é que pode já não ser verdade, ou seja, uma pessoa com um dicionário mais reduzido dificilmente compreenderá muitas das conversas que são tidas entre pessoas com um dicionário mais alargado.
Subscrever:
Mensagens (Atom)