domingo, janeiro 28

Escritórios dos tempos modernos

Os escritórios estão de facto equipados a rigor para reduzir ao mínimo a nossa imaginação. Cores ténues, esquemas de cadeiras e mesas repetitivas, silêncio… Sem nos apercebermos se calhar o suficiente, isto são as linhas de montagem do taylorismo adaptadas aos tempos modernos. Tudo a bem da produtividade e dos aumentos de eficiência.

Abro desde já aqui um parêntesis para afirmar que tenho noção de que os ambientes de trabalho não são necessariamente assim em todas as profissões, mas refiro-me ao trabalho de escritório, onde boa parte dos colegas que tenho se insere

De facto, esta guerra desenfreada pela produtividade quase de certeza que é incontornável, pois vivemos num mundo global, em que as empresas competem livremente e onde o Estado já não dita as regras.

Assim sendo, ou bem que as empresas portuguesas se evidenciam em relação às suas congéneres, ou acabamos todos sem trabalho, o que não me parece uma boa solução.
Inventar uma espécie de grito do Ipiranga, e instaurar um conjunto de medidas de controlo do Estado no sentido de garantir um pouco mais de humanidade nas nossas empresas seria também uma má ideia, que nos levaria uma vez mais a uma situação difícil para o país.

Mas olhando para o meu caso em particular, digo-vos que não me importava nada de ceder 30% do meu ordenado para ter menos 30% de tempo ocupado com o trabalho. Eram só vantagens em boa verdade. Esses 30% nem se iam fazer sentir já que eu sou daquelas pessoas que por falta de tempo fazem consumos completamente irreflectidos e supérfluos.

Se tivesse mais serenidade de espíritos e menos stress acumulado iria gastar o meu dinheiro de uma forma muito mais racional e reflectida.

Só tinha a ganhar com isso.

Sem comentários: