quarta-feira, agosto 29

Olha lá… não queres ir dar uma volta ao milhar grande?

Na sequência da minha admissão para o novo emprego, estive o dia de hoje completamente dedicado a recolher documentação necessária ao preenchimento do contrato de trabalho. O dia foi extenuante, mas o documento que me leva a escrever a estas horas impróprias para quem acorda cedo no dia seguinte chama-se comprovativo da situação militar resolvida.
Dirigi-me à Av. de Berna e disseram-me que esses serviços administrativos tinham passado para o Terreiro do Paço.

Cheguei às instalações do Terreiro do Paço e disseram-me para subir umas escadas e que uma senhora estaria lá para me atender.

Cheguei, sentei-me e expliquei ao que vinha.

1º Acto - “Tem a sua cédula militar consigo?”; Ao que respondi: “Não…” (Nem faço ideia onde está, para ser sincero…).

2º Acto – Discurso pedante e arrogante de quem não quer fazer nada na vida e ainda se queixa, do género: “Mas vocês vêm todos aqui e não trazem a cédula militar? Mas como é que vocês se deslocam a um sítio sem levar a documentação necessária? Assim não vou poder atendê-lo, não sei o número da sua cédula!?!”

3º Acto – Eu a fazer o meu discurso lamechas de gajo a rebaixar-se, a dizer que não sabia que era mesmo preciso trazer e a perguntar se não era possível fazer uma pesquisa por nome ou nº de BI, com uma certeza interior que era muitíssimo fácil encontrar o número no computador dela mas que ela não estava para ter muito trabalho…

4º Acto – “Ok… vou tentar saber o número da sua cédula. Diga-me o seu nome completo”… E lá começou a escrever, a uma velocidade que eu atingi na quarta classe e no quinto ano já estava umas 3 vezes mais rápida. Quase que tive pena da senhora, porque escrever uma pesquisa por nome completo leva-lhe uns bons 3 minutos…

5º Acto – Carregar no Enter. Apareceu logo um ecrã com toda a informação da minha situação militar, que me deu um nó no estômago a pensar porque raio é que uma funcionária pública que é paga por mim e por todos nós, e que tem como objectivo servir bem o cidadão comum teve a coragem de me dizer logo a abrir que não se podia fazer nada sem a bendita cédula militar.

6º Acto – “ A certidão já está pronta mas tem de esperar entre 30 a 45 minutos porque tem que ser assinada, e o #”$5##%%% gosta de acumular algumas certidões para não ter que passar o dia no gabinete a assinar um a um” Ao que lhe pergunto: “Posso voltar por volta das 15:30h porque ainda tenho que tratar de outros documentos na loja do cidadão?”; E ela responde “Pode, mas não venha muito tarde porque fechamos às 16h, ok?”

7º Acto – Chegada da loja do cidadão. Subir a escada e estar um rapaz a ser atendido e outro na fila. A senhora resolveu disparar “Agora que estamos quase a fechar é que vocês vêm todos….”; Depois olhou mais uma vez para mim e lembrou-se “Ah.. o senhor é só para levantar a certidão não é?”; e eu: “É sim”; “Então aqui está!”.

Não sei como é que esta gente consegue dormir descansada quando há gente desempregada, gente empregada a fazer horários desumanos e muito mais, e a senhora que trabalha das 9 às 16h, não faz nada de nada, é mal disposta e provavelmente não falta uma greve…. Como dizia o meu avô agricultor: “Era pô-los a cavar batatas!”

3 comentários:

Rita disse...

epa, este teu post deu-m nauseas!!! ha gente q n se "enxerga"... q nojo... (parabens pelo novo trabalho ; )

Unknown disse...

Olá,
tens toda a razão, mas não sei se estas pérolas da adm. pública conseguiriam cavar batatas! Infelizmente, enquanto não forem todos para a reforma não há hipóteses para o nosso país!
Beijinhos (e parabéns pelo novo emprego)!

Anónimo disse...

Eu sou funcionaria publica (não em Portugal) há ano e meio.
Descobri que era um emprego e não um trabalho.
Estou há um ano a tentar mudar para um sitio em que possa trabalhar.
Os meus chefes não deixam.
Com isto quero dizer que existem muitos que não querem trabalhar mas também há muitos que querem e não os deixam. Espero que quando tenha a possibilidade de ser atendido -bem- por um dos últimos, também não se esqueça de fazer um comentário sobre isso.